CARNE SUÍNA: BRASIL BATE RECORDE EM EXPORTAÇÕES EM RELAÇÃO A 2020
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo e seu desempenho é significativo quando comparado com a média mundial. Essa trajetória está ancorada em mudanças organizacionais e no contínuo incremento tecnológico voltado para técnicas sustentáveis, bem-estar animal e segurança dos alimentos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de janeiro a maio, as vendas internacionais de carne suína do Brasil chegaram a 453,9 mil toneladas, com volume de 18,44% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 383,2 mil toneladas. A receita acumulada das exportações do ano alcançou US$ 1,079 bilhão, resultado 22,9% superior ao realizado em 2020, com US$ 878,3 milhões.
No último mês, em setembro, a ABPA registrou 112,2 mil toneladas exportadas, tornando-se recorde mensal histórico do setor, com a forte demanda da China, que levou quase metade do total. Ademais, outros fortes compradores identificados, entre 2019 e 2020, são Hong Kong e Singapura. Contudo, a porcentagem chinesa liderou o ranking e variou entre 41.4% e 58%. Já no acumulado de 2021 (janeiro-setembro), esse ranking obteve uma alteração e a terceira posição passou a ser ocupada pelo Chile (6,3%), fazendo com que Singapura ocupasse o quarto lugar (4,5%). Outros países que se destacam na importação desse produto são: Uruguai, Argentina, Vietnã e Japão.
Sob esse viés, dados disponibilizados pela COMEX STAT identificaram, concomitante aos principais compradores, os principais exportadores de carne suína no país. Assim, a região sul encabeça a lista, dando destaque ao estado de Santa Catarina, o qual exportou cerca de US$ 1,12 Bilhão no ano de 2020 e, entre o período de Janeiro a Setembro de 2021, o estado já arrecadou cerca de US$ 1,02 Bilhão. Seguindo a relação dos líderes do ramo, os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, exportaram, respectivamente, US$ 561 milhões e US$ 238 milhões durante o período de Janeiro a Setembro de 2021. A segunda região que mais exporta esse produto é o centro-oeste com um destaque maior para o Mato Grosso. Demais regiões brasileiras não possuem números tão expressivos, contudo, na região nordeste, a Bahia e Alagoas ganham certa notoriedade.
Diante das premissas abordadas, os impactos do coronavírus não podem ser desprezados. A demanda interna de carne suína sofreu cortes, devido às restrições e fechamentos dos estabelecimentos. Em contrapartida, as exportações tiveram seu auge. Segundo o estudo sobre o impacto da Covid-19 nas cadeias produtivas de frangos de corte, ovos e suínos, realizado pela Embrapa, em abril de 2020, os volumes de carne suína embarcados foram 34% maiores do que o primeiro trimestre de 2019, isso porque países asiáticos já estavam enfrentando os efeitos da pandemia e, entre dezembro e janeiro, adiantaram as compras de carne brasileira. Ademais, os abates estadunidenses sofreram paralisação, enquanto o Brasil continuou operando no limite para atender às demandas, fator favorável para a exportação em meio à crise.
Autora: Giulia Lima
REFERÊNCIAS
Carne suína: Brasil exporta 18,44% mais no ano em relação a 2020. Canal rural, 2021. Disponível em:< https://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/suino/carne-suina-brasil-exportacao/> Acesso em: 06 de out. de 2021.
Mercado de suínos: Confira o panomarama brasileiro e desafios. Granter, 2020. Disponível em:<https://granter.com.br/mercado-de-suinos-confira-o-panorama-brasileiro-e-desafios/>. Acesso em: 06 de out. de 2021.
COMEXSTAT. Carne Suína. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral/44151>;
NOSTRA. Disponível em: <https://www.nostra.com.br>;
OEC. Disponível em: <https://oec.world/en/visualize/tree_map/hs92/export/bra/show/10203/2019/>
Qualidade da carne suína. Embrapa. Disponível em:< https://www.embrapa.br/qualidade-da-carne/carne-suina>. Acesso em: 06 de out. de 2021.