EXPORTAÇÃO DE SUCO DE LARANJA: SEUS TIPOS E DIFERENÇAS
O Brasil é o maior exportador de suco (sumo) de laranja do mundo, de acordo com o The Atlas of Economic Complexity, foi responsável, em 2018, por cerca de 44,45% de todas as exportações do produto no globo. E quando se fala de sua exportação, surgem questionamentos sobre os tipos de suco e a melhor opção a se fazer. Isso porque para fins de exportação, o suco tem duas formas mais comuns: concentrado e não concentrado – na denominação internacional, Frozen Concentrate Orange Juice, ou simplesmente FCOJ, e Not From Concentrate, ou NFC, respectivamente.
As principais diferenças entre os dois tipos estão nos processos que passam. O FCOJ passa por evaporadores para retirar parte da água e quaisquer substâncias voláteis, restando apenas o sumo da laranja propriamente dito. Enquanto que o NFC passa por um processo de desaeração para a retirada do oxigênio apenas – para que não perca a vitamina C – e a água e demais substâncias seguem no conteúdo para a pasteurização. Esses processos fazem com que o NFC tenha um gosto mais próximo ao suco natural, enquanto que o FCOJ perde um pouco do seu sabor original.
Entretanto, o tipo FCOJ é o mais exportado no Brasil, pois permite diluição em água antes do envasamento, o que acaba possibilitando transportar, efetivamente, mais suco. Porém, o tipo NFC tem tido crescimentos consideráveis, visto que apesar de não oferecer as mesmas vantagens que o FCOJ no sentido de quantidade, é um item estimado pelos consumidores por conta do seu sabor. Na safra 2018/2019, o faturamento com o NFC aumentou 3% em relação à safra anterior, e suas exportações cresceram 6% no mesmo período. Já o FCOJ teve uma tendência contrária nesta safra, com uma queda de 19% na quantidade do produto exportado e de 17% no faturamento.
Mas, em quantidades gerais, o FCOJ passa o NFC com números expressivos, na safra em questão foram exportadas 217.054 toneladas de NFC, enquanto que o montante para o FCOJ chegou a 524.018. Ou seja, mesmo que o FCOJ apresente quedas, ele ainda tem valores muito altos em relação ao NFC, que ainda é um produto conquistando mercado. Até mesmo pelo valor final do produto, já que por ter uma quantidade menor, na prática, o NFC se torna mais caro para o consumidor final.
No que se refere aos principais compradores, no atual ano de 2020, o tipo FCOJ tem como principal destino a Bélgica, a qual importa 35,2% do suco de laranja congelado produzido no Brasil, seguido pelos Países Baixos, Japão, China e Estados Unidos, respectivamente. O maior comprador do tipo NFC também é a Bélgica, seguido pelos Países Baixos, EUA, Áustria e Espanha.
Em suma, o FCOJ tende a ser preferido por suas facilidades no processo, enquanto que o NFC acaba encontrando destino em um público que está disposto a pagar mais caro por um sabor que seja mais próximo ao suco fresco. Sendo os dois tipos importantes para a exportação brasileira, oferecendo qualidade e diversidade.
AUTORES: Lara Cruz e Igor Batista
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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PORTAL ATTALEA AGRONEGÓCIOS. Exportações de suco de laranja registraram queda de 13% nos nove primeiros meses da safra 2018/2019. Disponível em: <https://attaleadigital.com.br/exportacoes-de-suco-de-laranja-registraram-queda-de-13-nos-nove-primeiros-meses-da-safra-2018-2019/#:~:text=O%20faturamento%20com%20o%20NFC,US%24%20395%2C2%20milh%C3%B5es.&text=O%20faturamento%20foi%20de%20US,2017%20a%20mar%C3%A7o%20de%202018.>. Acesso em: 06 nov. 2020.