A China e as oportunidades de expansão comercial do Brasil e de Sergipe
A China desponta hoje no cenário global como uma das maiores potências econômicas do mundo, herdeiro de uma tradição milenar, o país transformou as dinâmicas no cenário do mundo e ocupa hoje uma relação de proximidade cooperativa importantíssima para o Brasil, e o restante dos países da América Latina. As relações sino-brasileiras desfrutam de uma tradição frutífera, especialmente na última década. Segundo o Ministério das Relações Exteriores a China se configura como o principal parceiro comercial do Brasil, e principal fonte de investimento externo no Brasil desde 2009.
Dos acordos de celebração da cooperação bilateral, ainda segundo a mesma fonte destacam-se: a participação de ambos no BRICS, na OMC etc. Os acordos bilaterais abundam, mais recentemente, em novembro de 2019 o Brasil firma uma série de parcerias com o governo chinês, em Brasília, segundo o site oficial do Planalto os acordos envolvem: Protocolo Sanitário de Exportação de pera para a China; Protocolo Sanitário de Exportação de Melão para a China, e o que pode ser mais interessante para Sergipe – o Plano de Ação na área da agricultura (2019-2023), que segundo a fonte, se caracteriza especialmente:
“[…] por objetivo aprofundar a colaboração pragmática no contexto da Subcomissão de Agricultura da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) e com base no Plano Estratégico de Fortalecimento da Colaboração Agrícola entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil e o Ministério da Agricultura da China, nas áreas de políticas agrícolas; inovação científica e tecnológica; investimento agrícola; comércio agrícola; entre outras.” (Site oficial do Planalto, 2019)
As relações de aprofundamento cooperativo entre Sergipe e o país asiático estão marcadas essencialmente pela ação da Câmara de Comércio Brasil-China, que hoje se intensificam, mas desde 2017 vêm sendo fomentadas em maior ou menor grau. Este primeiro pontapé esteve expresso na reunião entre o vice-governador à época e Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) no ano de 2017, onde discutiam as possibilidades e oportunidades de acordos de aproximação entre o comércio sergipano e o chinês.
De lá pra cá muita coisa mudou, e vem mudando. Especialmente agora Sergipe, e o mundo, encaram de frente os desafios ao desenvolvimento impostos pela crise sanitária da pandemia de corona vírus. O vírus tem se alastrado pelo mundo e vem deixando marcas profundas nas sociedades e consequentemente em suas economias. Pensar alternativas a partir desse cenário é o maior desafio dos empreendedores e também dos governos, para que isso seja feito de maneira eficaz, é preciso que se esteja consciente das adversidades, mas atento as oportunidades.
Apesar da crise imposta os números apontam para uma estabilização e aumento, inclusive, das trocas comerciais do Brasil com a China. Em reportagem do o Brasilianista um artigo expõe que as exportações para a China somaram US$ 20,885 bilhões, com um aumento de 10,9% em comparação com o mesmo período de 2019. Em relação às importações, foi registrada uma retração de 7,3% para US$ 11,847 bilhões. O artigo também suscita o interesse prévio chinês em grãos e oleaginosas caso uma segunda onda de contaminação do vírus venha acontecer.
Um outro ponto que ajuda a pensar a China como uma alternativa próxima aos novos tempos que virão estão expressos nas iniciativas chinesas de fortificação de relações comerciais no período pós-pandemia, das quais se destacam a fala do embaixador chinês, noticiada pela CNN, numa transmissão organizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), onde o embaixador deixa claro o interesse chinês na fortificação das relações comerciais no futuro, envolvendo as trocas em produtos como carne e grãos, além de parcerias em obras e infraestruturas.
Essas proposições ajudam a enxergar a China como um aliado rentável no futuro, e portanto, o exercício de estimulação do crescimento sergipano poderá se orientar a partir disso, e lograr lucros, se o fizer de maneira bem sucedida, ao se utilizar de maneira sábia da Câmara de Comércio e aliar as dinâmicas produtivas do estado às necessidades chinesas que se apresentarão a partir de agora e poderão se intensificar no futuro, como já mencionado. Tudo isso contribui para o argumento de que é interessante que internamente, dentro de Sergipe, a possibilidade esteja colocada em voga e seja uma alternativa viável para recuperação do mercado estadual no futuro próximo.
Autor: Heitor Torres
REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, REPÚBLICA POPULAR DA CHINA disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/4926-republica-popular-da-china> acesso em julho de 2020.
PLANALTO, Conheça os acordos firmados entre Brasil e China em cerimônia realizada no Itamaraty disponível em: < https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2019/11/conheca-os-acordos-firmados-entre-brasil-e-china> acesso em julho de 2020.
GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE, Belivaldo recebe presidente da Câmara de Comércio Brasil – China disponível em: < https://www.se.gov.br/noticias/governo/belivaldo-recebe-presidente-da-camara-de-comercio-brasil-china> acesso em julho de 2020.
O BRASILINIANISTA, Comércio Brasil-China cresce durante pandemia disponível em: < https://obrasilianista.com.br/2020/05/19/comercio-brasil-china-cresce-durante-pandemia/> acesso em julho de 2020.
CNN, Governo chinês trabalha para ampliar comércio com Brasil após pandemia disponível em: < https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/06/19/governo-chines-trabalha-para-ampliar-comercio-com-brasil-apos-pandemia> acesso em julho de 2020.