Expectativas para o milho brasileiro no mercado internacional em 2020
Conforme apresentado no texto anterior, a exportação de milho tem apresentado resultados cada vez melhores e se tornando um setor fundamental para o comércio exterior brasileiro. De modo que, em 2019, tanto pela colheita histórica que houve, quanto pelo aumento da demanda, foi atingido um recorde nas exportações brasileiras do produto, com um crescimento atual de 88%, foram vendidos 44,9 milhões de toneladas.
Devido ao grande resultado do ano passado, as expectativas para 2020 estavam altas, entretanto, o resultado do primeiro semestre apresentou um destaque negativo, com recuo de 61,5% no volume. Segundo o analista da StoneX Etore Barone, a queda nada tem a ver com a pandemia mundial de COVID-19 – que já prejudicou setores como a cotonicultura – mas pode ser explicada pela safra de verão ter sido muito próxima do ano passado, gerando um estoque de passagem entre os anos muito baixo, que não manteve disponibilidade para exportação devido à demanda interna constante.
O Brasil é tido como, um exportador de segunda safra, ou seja, as exportações do primeiro semestre são normalmente muito mais baixas do que no segundo, conforme apresenta o gráfico da StoneX a seguir, com resultados de 2019 e expectativas para segunda metade de 2020.

Ou seja, apesar da queda no início do ano, é esperado uma recuperação a partir de julho.
Conforme apresenta o site Canal Rural, a média para o segundo semestre é de 22 milhões de toneladas, então, seguindo o crescimento, o resultado total de 2020 seria por volta de 25,2 milhões de toneladas, com uma de queda 41% em relação a 2019, mas ainda seria um resultado positivo, visto que, o ano passado apresentou resultados muito acima do comum. Contudo, as expectativas da StoneX para o segundo semestre são de 33 milhões de toneladas, totalizando 36 milhões para todo o ano, um resultado acima da média, mas ainda menor que os 42,7 milhões de 2019.
Após anunciarem um ajuste positivo nas expectativas, a Analista de Inteligência de Mercado, Ana Luiza Lodi, apresentou o aumento da produtividade de Maranhão e Tocantins como motivo para esperar resultados melhores no segundo semestre. De modo que, o maior risco que poderia haver para exportações seria a competitividade normal do setor contra países como EUA, que poderiam ter uma produção recorde este ano. Ou seja, apesar da queda no primeiro semestre, os analistas da StoneX esperam que o setor continue apresentado resultados positivos, não sendo afetado diretamente pela pandemia, que prejudica diversos setores ao redor do mundo.
Autor: Caio Geliel
Referencias
Reuters. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/01/02/exportacao-de-milho-do-brasil-tem-recorde-em-2019-soja-registra-queda.ghtml
MERLADETE, Aline. Agrolink. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/oferta-de-soja-e-milho-no-brasil-dribla-incertezas-e-ganha-rendimento_436106.html
LEON, Filipe. Canal Rural. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/milho/milho-exportacao-tendencia-2020/