Aumento de importação de bens, incluindo produtos agrícolas, pela China pode beneficiar o Brasil
A China divulgou na última quarta-feira (23/10), através da televisão estatal chinesa que aumentará as importações de produtos, incluindo produtos agrícolas. Isso faz parte da estratégia chinesa para estabilizar os números no comércio exterior do país. Também foi divulgado que o gabinete oficial pretende melhorar sua política de restituições de impostos, linhas de crédito de exportação e seguros, além de minimizar restrições para transações de conta de capital como parte de seus esforços (REUTERS, 2019).
Essas tomadas de atitude dizem respeito à guerra comercial com os Estados Unidos. O governo chinês espera, através dessas políticas, que o comércio reacenda o mercado e a economia chinesa para superar os impactos das atuais circunstâncias.
O melhor ainda está por vir: A China está disposta a aumentar as importações de produtos agrícolas e industriais do Brasil para melhorar o comércio bilateral, como afirmou nesta sexta-feira o vice-premiê chinês, Hu Chunhua, em meio à visita do presidente Jair Bolsonaro ao país. Hu também afirmou, em um seminário em Pequim, que os dois países podem aprofundar a cooperação em áreas como infraestrutura. (UOL, 2019)
Em 2018 o Brasil exportou para China o equivalente a 64 bilhões de dólares, enquanto importou 34 bilhões de dólares (Comexstat, 2019). Um importante superávit para a indústria e comércio brasileiro. A pauta de exportação brasileira ao país asiático consiste, em grande parte, de commodities agrícolas, como a soja triturada, que equivaleu, em 2018, a 48% das exportações brasileiras à China. Além da soja, minério de ferro, petróleo bruto e celulose são outros produtos que se destacam nas relações comerciais entre os dois países.
A China importou pouco mais de 20 milhões das 27,6 milhões de toneladas de soja exportadas pelo Brasil entre janeiro e abril de 2019, o equivalente a 72,8%. O número representa uma queda em relação aos 77,6% registrados no mesmo período de 2018, segundo dados do Comexstat. Tal queda pode ser explicada pela trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos neste mesmo período, que resultou em um maior volume de compra da soja norte-americana pelos chineses.
Apesar de algumas oscilações, as relações comerciais entre Brasil e China têm tudo para seguirem sendo significativa, principalmente para o país latino-americano. A intenção de aumento das importações chinesas de produtos agrícolas brasileiros pode ser vista como um sinal positivo para a relação entre os dois países, principalmente após as oscilações registradas.
A guerra comercial entre as duas grandes potências deve, ao menos à curto prazo, beneficiar o comércio bilateral entre Brasil e China, à medida que esforços como este continuem sendo tomados.
Autores: Heitor Torres e Luan Saba
Referências:
COMEXSTAT. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home>. Acesso em out. 2019.
ÉPOCA. China aumentará importação de bens, incluindo produtos agrícolas, diz TV estatal. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2019/10/china-aumentara-importacao-de-bens-incluindo-produtos-agricolas-diz-tv-estatal.html>. Acesso em out. 2019.
REUTERS. China aumentará importação de bens, incluindo produtos agrícolas. Disponível em: <https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1X21GA-OBRBS>. Acesso em out. 2019.
UOL. China diz estar disposta a elevar compras de bens agrícolas e industriais do Brasil. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2019/10/25/china-diz-estar-disposta-a-aumentar-importacao-de-bens-agricolas-e-industriais-do-brasil.htm >. Acesso em out. 2019.