O Acordo Mercosul – União Europeia: Como fica o Brasil?
Em 1999 começou uma negociação entre o Mercosul e a União Europeia buscando aumentar o desenvolvimento dos blocos por meio da integração, se baseando em três pilares: comercial, político e cooperação. Entretanto, foi 20 anos depois, no dia 28 de junho de 2019 que o acordo foi firmado, em Bruxelas, na 14ª cúpula do G20. Apesar das mudanças socioeconômicas das últimas duas décadas, esse acordo ainda pode trazer vantagens aos produtores latinos pois, como dito pelo economista Daniel Sousa, no programa Xadrez Verbal, qualquer acordo com a União Europeia é melhor que a situação atual sem acordo.
Especificamente no quesito comercial as vantagens podem variar no longo e no curto prazo e estas são o motivo da afirmação do economista. Com o acordo mesmo que haja possíveis efeitos negativos, estes serão menores do que os problemas comerciais já existentes entre os dois blocos ademais as vantagens seriam muito maiores. Assim, no tocante ao longo prazo – o real foco deste acordo – os benefícios para os empresários brasileiros podem ser resumidos em dois grandes quesitos, o aumento da competitividade e do mercado consumidor.
Apesar do impacto inicial que os produtores locais podem sofrer se encontrarem em livre concorrência com alguns produtos europeus, haverá uma adaptação ao novo cenário com a busca de uma maior qualificação dos produtos para que possam estar preparados para competir internacionalmente. Ademais, este processo de qualificação será bastante facilitado, visto que o acesso local por meio da importação ao maquinário e matéria prima europeia será muito mais viável. Desta forma os empresários brasileiros terão acesso à diversas maneiras de expandir seu comércio, tanto no aspecto da produção quanto na venda.
A expansão comercial no tocante à venda dos produtos será o aspecto mais benéfico deste acordo para os empresários brasileiros, visto que o mercado consumidor europeu – com aproximadamente 500 milhões de pessoas – será mais acessível. Assim, exportações para Europa serão facilitadas, se tornando ainda mais lucrativas e com a crescente competitividade brasileira este acordo pode se tornar uma grande oportunidade aos empresários brasileiros.
Além disso, segundo a CNI – Confederação Nacional das Indústrias, o acordo acaba com as tarifas de 17% sobre as importações brasileiras, tornando a tarifa zerada para vários produtos, como os calçados. Esta medida será responsável por aumentar, no curto prazo, a competitividade dos bens industrializados e também dos produtos agropecuários brasileiros, devido à abertura ao mercado da União Europeia.
Ademais, o acordo proporciona um ânimo a curto prazo, no que se refere aos interesses individuais, gerando uma pequena euforia nos empresários agropecuários, principalmente decorrente da oportunidade de exportar seus produtos, para um dos maiores mercados mundiais e também de importar mercadorias de maior valor e qualidade.
Sendo apresentadas algumas das vantagens de longo e curto prazo, dados do Ministério da Economia relatam que o acordo será responsável pelo incremento do PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões, podendo chegar a US$ 125 bilhões até 2034. Além disso, o aumento de investimentos no Brasil será de aproximadamente US$ 113 bilhões. E por último, em relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras para a UE serão responsáveis aproximadamente por US$ 100 bilhões de ganhos até 2035, enfatizando a importância desse acordo para a economia brasileira.
Autores: Caio Geliel e Ian Gabriel
Fontes:
Xadrez Verbal Podcast #Especial – Acordo MERCOSUL – UE – Parte 1