Entraves/Dificuldades do Comércio Exterior em Sergipe
O estado de Sergipe possui potencial para uma maior participação no mercado brasileiro. Localizado em uma região que possui grandes polos comerciais, como Bahia e Pernambuco, o estado conta com boas condições geográficas para uma significativa expansão comercial que beneficiaria o desenvolvimento interno.
Falando em expansão, Sergipe possui belos horizontes a sua frente, com o mercado internacional pronto para ser explorado. As oportunidades geográficas são amplas, e o desenvolvimento portuário do estado pode exercer protagonismo nesse cenário. Os diversos produtos e setores da região, como o agronegócio, as bebidas e os calçados, encontram demanda internacional, com algumas empresas sergipanas já inseridas no mercado fora do Brasil.
Contudo, ainda não consegue realizar seu potencial, o que leva o estado a ter a quinta menor arrecadação do Brasil com Imposto sobre Produto Industrializado Proporcional às Exportações (IPI-Exportação). Em 2016, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) lançou o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), visando fomentar a cultura da internacionalização no estado de Sergipe que, em 2017, ainda figurava muito abaixo dos demais estados do Nordeste em valor das exportações, como indica a tabela abaixo.[1]
Ainda no artigo supracitado, a autora especifica que apenas 3,5% das empresas exportadoras estão em Sergipe. Com isso, causa espanto ler que o MDIC, em 2016, identificou mais de 1.800 empresas com potencial para exportação em Sergipe. O secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedetec), Francisco Dantas afirma que Sergipe ainda está nos estágios iniciais de internacionalização e existe certa insegurança por parte do empresário, especialmente o pequeno e médio, por achar que exportar é demasiadamente difícil ou burocrático.
Por fim, um fator que pode explicar a dificuldade do comércio exterior sergipano é a forte dominância do suco de laranja e do açúcar que representam, respectivamente 55% e 19% das exportações do estado[2]. Sendo assim, Sergipe ainda sofre com uma cultura exportadora fraca dentro da maioria dos setores, o governo não percebe como pode se beneficiar dessas operações e o empresário tem muitas inseguranças com relação ao processo. Logo, a economia sergipana pode se beneficiar imensamente da difusão de uma cultura exportadora e da elaboração de um plano coeso e eficiente de internacionalização.
Autores: Luan Saba e Júlia Gubert
Referências:
FREIRE, L.L.R. Perfil das empresas exportadoras do Nordeste. Infome ETENE, ano 3, n°1, fev.2018. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/documents/80223/1103955/Ano+2_n1_Fev_2018.pdf/c15092f8-dfe9-d9ae-4997-156f9b3f4a98. Acesso em: 31/03/2019.
http://www.mdic.gov.br/balanca/comex-vis/uf/output/html/se.html. Acesso em 31/03/2019
Rodriguez, Will. Mais de 1.800 empresas sergipanas têm potencial exportador. 2016. Disponível em: https://www.f5news.com.br/economia/mais-de-1800-empresas-sergipanas-tem-potencial-exportador_28423/. Acesso em: 31/03/2019.
https://infonet.com.br/noticias/economia/exportacoes-de-sergipe-somam-us23-milhoes/. Acesso em: 31/03/2019.
http://jlpolitica.com.br/coluna-aparte/sergipe-inicia-2019-com-queda-no-valor-recebido-do-ipi-exportacao. Acesso em: 31/03/2019.
[1] Tabela retirada de: FREIRE, L.L.R. Perfil das empresas exportadoras do Nordeste. Infome ETENE, ano 3, n°1, fev.2018. Tabela 5. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/documents/80223/1103955/Ano+2_n1_Fev_2018.pdf/c15092f8-dfe9-d9ae-4997-156f9b3f4a98. Acesso em: 31/03/2019.
[2] Disponível em: http://www.mdic.gov.br/balanca/comex-vis/uf/output/html/se.html. Acesso em 31/03/2019.